domingo, 28 de novembro de 2010

Minha Querida Glória do Céu e da Terra,

Depois de um longo tempo ao qual voluntariamente me submeti à uma espécie de exílio voluntário desse mundo virtual, senti vontade de voltar aqui nesse espaço mantido por você ...e uma vez mais... constato que as palavras continuam sendo postadas de forma exata e luminosa, nesse, que considero mais que um simples blog... um desabafo redentor - e por isso mesmo – uma declaração de amor...pois elas (mesmo as que não são de sua autoria) mais me parecem, o próprio músculo do coração, na sístole.

Por isso minha querida, não há como uma vez mais não dar-lhe um afago poético por dar à luz a esse espaço intitulado “Expansão da Consciência".

Aproveito o momento para lhe dar os parabéns e pedir que não desista de dar a cara à tapa à compreensão e/ou julgamento da consciência alheia... ofertando a outros... esboços da sua própria alma.

Quem escreve, se dedica a fazer uma espécie de strip-tease de si mesmo – já dizia Sartre – E eu falo disso porque exatamente enquanto relia você...recordei que quando Chico Buarque lançou a edição – em inglês – do seu livro Budapeste, no Queen Elizabeth Hall de Londres, ao responder à pergunta de um jornalista, disparou: “Escrevo tanto livros como músicas, para me entender melhor”.

Ninguém nasce sabendo e duvido que haja melhor forma de auto-conhecimento do que a prática da escrita. Parece que foi assim com São Paulo, Santo Agostinho, Beethoven, Theilhard de Chardin, Exupèry, Newton, Freud, Kierkegaard, Dostoievski. Etc.Etc.

Nessa mesma esteira de pensamento, me ocorre nos recordar que o mestre Graciliano Ramos chamava a atenção, para o fato de que "a palavra não foi feita para enfeitar, brilhar como ouro falso; a palavra foi feita para dizer."

Assim, penso eu, que mais importante ao editar um espaço como esse seu...e assim estar exposta a qualquer crítica literária... é o fato de que você entrou em cena com identidade própria e emocionante espontaneidade, como uma pessoa 100% íntegra à sua dor, ao seu amor e ao seu humor.

E acredite, minha cara: é isso o que faz a diferença para o deleite de todos nós leitores que mais do que seguidores somos seus amigos.

Assim, continue a buscar com ânimo - no âmago da sua alma - e a nos brindar a Verdade que nos expande a todos.

Pois é reconfortante perceber e reconhecer que você (a exemplo de muitos de nós que nos sabemos "sós") não teme andar na companhia tanto dos aplausos como dos destratores; dos anjos e demônios ao mesmo tempo, personagens que nos habitam em luz e sombra que nos atropelam com seus dez tratores e às vezes mil elogios...e que traduzem sentimentos que desde sempre nos dividem, para oxalá, nos integrar quando aceitamos conviver com cada um deles...levando a sério o ato de brincar com as palavras...e ao mesmo tempo não nos levar tão a sério.

"Não há que ser forte. Há que ser flexível"...é um provérbio chinês do qual gosto muito, faz sentido.

Pois me parece que é justamente no ato da flexibilidade...ou seja...da EXPANSÁO - de idéias, conceitos e pré-conceitos - que podemos chegar no além de nossas palavras e experiências pessoais; e fazermos da Coragem que nasce no Coração, o nosso laboratório alquímico e o processo pelo qual através da arte dos relacionamentos humanos, conseguiremos realizar o milagre da transfiguração do sangue, símbolo maior da própria Vida.

Por isso, minha amiga, torço para que a sensibilidade poética e a força da delicadeza que você tem nas veias e que me parece ser – graças a Deus - uma coisa crônica...fique e cresça...de forma ilimitada....em Graça e em Beleza.

Porque, acredite você ou não... ela serve para amansar, ensinar, acolher, libertar e fazer companhia para qualquer conflito interno/estranhamento/confusão/solidão... a sua ou a que não é sua...

No mais, abençôo cada vez mais a vida que há na EXPANSÃO DA CONSCIÊNCIA...sua e de todos nós...nessa vida..."que há pra ser vivida'....enquanto ouso completar: Escreva, Glória, Escreva, Escreva....
;o))

Petrah.

PS. Espero que estas minhas palavras cheguem aí com a dose exata do carinho com que saem daqui

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