sábado, 12 de março de 2011

Contatos virtuais: O que homens e mulheres estão buscando? - Rogério Thaddeu

A maneira como nos relacionamos com as pessoas tem sofrido importantes modificações, afetando seriamente a comunicação. Paradoxalmente, nunca estivemos tão conectados pelas redes virtuais de relacionamentos e, ao mesmo tempo, desamparados e insatisfeitos com nossas relações afetivas. As mulheres, diante desta cultura da aparência, se mostram cada vez mais, desejando os olhares dos homens, ou melhor, anseiam o reconhecimento do seu atributo de maior valor – a aparência. É óbvio que as mulheres não buscam este reconhecimento porque gostam. Muitas, se rebelam contra os ditames desta cultura ligada mais à estética do que a ética nas relações humanas. Valemos mais pelo que aparentamos ser do que realmente somos. É com esta idéia atribuída nos tempos atuais, que homens e mulheres se esforçam continuamente para ser bem vistos, disfarçando ou mesmo ignorando suas fragilidades.
O corpo é o grande veículo de comunicação na atualidade, expressando tanto o "sucesso" quanto o "fracasso". Corpos malhados e bem vistos costumam provocar uma boa impressão, o que pode ser uma forma interessante e "valorizada" de compensar frustrações e carências afetivas, afinal, vivemos em uma época em que todos precisam aparentar que estão de bem com a vida. No extremo oposto, corpos fragilizados, somatizados, evidenciam o que muitos preferem esconder. As depressões escancaram o lado mais sombrio que não queremos ver. No entanto, mais uma vez, o mercado oferece inúmeras alternativas para "curar" este mal-estar ou, muitas vezes, para maquiar, dando uma aparência melhor. Até mesmo, os psiquiatras desavisados podem cair na tentação de oferecer "poções químicas" capazes de livrar as pessoas da angústia e de suas insatisfações. É obvio que devemos aproveitar os benefícios da medicina e de outras práticas de saúde, como as psicoterapias disponíveis atualmente. Cabe lembrar, que nos relacionamentos humanos, a satisfação completa é uma doce ilusão. O grande desafio é viver com toda a gama de possibilidades e limitações, com perdas e ganhos. No mundo virtual, os relacionamentos parecem perfeitos e mostram a realidade de nossa cultura. O que vale é aproveitar todos os momentos, numa espécie de total liberdade. Grande risco. Ao acreditarmos que tudo é possível, a ética nos relacionamentos humanos desmorona.
 

Rogério Thaddeu é psicoterapeuta, Especialista em Saúde Mental. Professor do Departamento de Psicologia da Fap e Fafijan (Pr). Publicou: A mente cura; Alcoolismo, prazer, dependência e invenção e No limite das emoções - uma análise sobre as psicopatologias na atualidade

quinta-feira, 10 de março de 2011

O valor da Tolerância - Desconheço o autor

TORRADAS QUEIMADAS!

Quando eu ainda era um menino, ocasionalmente, minha mãe gostava de fazer um lanche, tipo café da manhã, na hora do jantar.

E eu me lembro especialmente de uma noite, quando ela fez um lanche desses, depois de um dia de trabalho muito duro.

Naquela noite, minha mãe pôs um prato de ovos, linguiça e torradas bastante queimadas, defronte ao meu pai.

Eu me lembro de ter esperado um pouco, para ver se alguém notava o fato.

Tudo o que meu pai fez foi pegar a sua torrada, sorrir para minha mãe e me perguntar como tinha sido o meu dia na escola.

Eu não me lembro do que respondi, mas me lembro de ter olhado para ele lambuzando a torrada com manteiga e geleia e engolindo cada bocado.

Quando eu deixei a mesa naquela noite, ouvi minha mãe se desculpando por haver queimado a torrada.

E eu nunca esquecerei o que ele disse:

" - Adorei a torrada queimada..."

Mais tarde, naquela noite, quando fui dar um beijo de boa noite em meu pai, eu lhe perguntei se ele tinha realmente gostado da torrada queimada.

Ele me envolveu em seus braços e me disse:

" - Companheiro, sua mãe teve um dia de trabalho muito pesado e estava realmente cansada...  Além disso, uma torrada queimada não faz mal a ninguém.

A vida é cheia de imperfeições e as pessoas não são perfeitas.

E eu também não sou o melhor marido, empregado, ou cozinheiro, talvez nem o melhor pai, mesmo que tente todos os dias!

O que tenho aprendido através dos anos é saber aceitar as falhas alheias, escolhendo relevar as diferenças entre uns e outros é uma das chaves mais importantes para criar relacionamentos saudáveis e duradouros.

Desde que eu e sua mãe nos unimos, aprendemos, os dois, a suprir as falhas um do outro.

Eu sei cozinhar muito pouco, mas aprendi a deixar uma panela de alumínio brilhando.

Ela não sabe usar a furadeira, mas após minhas reformas, ela faz tudo ficar cheiroso, de tão limpo.

Eu não sei fazer uma lasanha como ela, mas ela não sabe assar uma carne como eu.

Eu nunca soube fazer você dormir, mas comigo você tomava banho rápido e sem reclamar.

A soma de nós dois monta o mundo que você recebeu e que te apóia, eu e ela nos completamos.

Nossa família deve aproveitar este nosso universo enquanto temos os dois presentes.

Não que mais tarde, no dia em que um partir este mundo vá desmoronar, não vai não!

Novamente teremos que aprender e nos adaptar para fazer o melhor.

De fato, poderíamos estender esta lição para qualquer tipo de relacionamento: entre marido e mulher, pais e filhos, irmãos, colegas e com amigos.

Então filho, se esforce para ser sempre tolerante, principalmente com quem dedica o precioso tempo da vida a você e ao próximo.

Recebi este texto de uma amiga ... Obrigado Bernnadete Silva...
Se alguém conheçe o autor por gentileza me informe para colocar os créditos